‘Nasce o Sol, ao Dois de Julho, brilha mais que no primeiro… Nunca mais o despotismo, regerá nossas ações. Com tiranos não combinam brasileiros corações’… Brilha a Bahia neste 2 de Julho, data magna da Independência do Brasil na Bahia. Urge, porém, em meio à beleza da baianidade plural expressa no cortejo que sai do Largo da Lapinha e percorre ruelas históricas do Centro Antigo de Salvador, a necessidade de valorizar símbolos de importância irrefutável desta data maior do estado.

Concentração do cortejo no Largo da Lapinha. | Foto:  Manu Dias/GovBA

Concentração do cortejo no Largo da Lapinha. | Foto: Manu Dias/GovBA

Até o sol, tímido nos últimos dias, deu a esta quinta-feira de festejos cívicos na capital e em diversas cidades do interior baiano, o ardor merecido. O tema “mulheres”, neste 2015, há 192 anos desde a independência do domínio das tropas portuguesas, já esboça este resgate de algumas figuras históricas, que têm seu valor ignorado por muitos.

O caboclo, outro importante símbolo do festejo cívico. | Foto:  Manu Dias/GovBA

O caboclo, outro importante símbolo do festejo cívico. | Foto: Manu Dias/GovBA

A soldado Maria Quitéria, a freira Joana Angélica e a marisqueira Maria Felipa foram guerreiras que combateram com bravura a sanha lusitana. Por isso, merecem um salve todo especial. Invisibilizadas das glórias deste dia – junto à portugueses repatriados na Bahia, brancos pobres, negros escravizados e livres, índios e alguns nobres -, essas nossas heroínas derramaram o próprio suor e sangue para defender o estado.

Elas e muitas outras mulheres negras, pobres, marisqueiras, como Maria Felipa, não podem ser ignoradas. Precisam ser içadas como verdadeiras heroínas nacionais. Infelizmente a data nem é feriado nacional.

Representação de Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria - heroínas da Independência da Bahia. | Foto: Ilustração/Reprodução

Representação de Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria – heroínas da Independência da Bahia. | Foto: Ilustração/Reprodução

Assim como o nome do Aeroporto de Salvador, que tivera sua história roubada, apagada, com a mudança de chamamento. De outrora Aeroporto Internacional Dois de Julho, como homenagem a este capítulo mais que especial da história do povo baiano, para Aeroporto Internacional Deputado Luiz Eduardo Magalhães. Um furto histórico à memória cultural de um povo. Um atentado à história que continua sem reparação.

Se esta data serve, além das comemorações típicas, para expressão social de protestos, eis aqui uma manifestação necessária. É preciso dar o valor merecido aos nossos símbolos culturais e históricos: Toda valoração às nossas heroínas; Devolvam à Bahia o nome 2 de Julho ao Aeroporto da capital.