Quando recapitulamos a trajetória da vida de nossos pais, através das estórias contadas por eles, experiências vividas por eles, há a percepção do quanto batalharam para chegar aonde se encontram hoje. Conseguiram construir uma família, conquistaram bens materiais, e ainda almejando novos projetos pessoais, permanecem na luta diária de, a cada dia plantar e colher algum fruto. Esses foram os ensinamentos passados para mim, eles fazem parte da chamada Geração Z. Geração menos flutuante, vamos dizer assim, uma geração “pé no chão”.

A minha geração vive um outro momento. Hoje tudo acontece de forma mais acelerada, a comunicação, as relações interpessoais, através das redes sociais, dos aparelhos eletrônicos, os avanços da ciência, da tecnologia…

Foto: Hernán Piñera

Foto: Hernán Piñera

A Geração Y que engloba aqueles que nasceram a partir dos anos 80 vive em um conflito interno que nos remete à reflexão. Somos mais ousados, temos a vantagem de ter acesso fácil e prático a informações, a objetos, às pessoas, mas talvez essa Geração Y não esteja sabendo lidar da melhor forma com tudo isso. Queremos tudo ao mesmo tempo, e de maneira fácil, sem entender que para ter esse “tudo” é preciso dedicação, persistência, maturidade.

Temos milhões de ideias, muitas vezes ideias geniais, pensamos em como executá-las, até chegamos a realizar, mas queremos resultados, retorno imediato. Tudo é pra ontem, pra agora, pra já! Não temos paciência de esperar, queremos o maior, o melhor, mas está havendo o esforço necessário de sua parte?

Quando as dificuldades aparecem pensamos logo em desistir, ainda não conseguimos compreender que a sua casa foi construída tijolo por tijolo, que antes do seu pai ter aquele carrão do ano, seu primeiro automóvel foi um Bugre, que para você ter conseguido estudar naquela escola referência na sua cidade, seus pais começaram a trabalhar desde muito cedo, muitas vezes abrindo mão de seus próprios desejos.

Temos a mania de dar o passo maior que as nossas pernas. A geração do “eu quero”, do modismo, das opiniões virtuais, dos caminhos mais curtos e mais fáceis, das aparências. Por que não começar de começo? Começar daquele primeiro tijolo, e com dedicação, entre erros e acertos, muitas vezes mais erros que acertos, um dia após o outro, enfrentando medos, angústias, prosseguir na longa caminhada, dando um passo de cada vez?

Ninguém disse que seria fácil, mas também ninguém disse que seria impossível.