Segundo a matéria tendenciosa do Fantástico, veiculada no domingo passado (11 de janeiro), a tragédia na França foi motivada por “simples caricaturas”. É importante desmistificar um pouco a imagem sobre a França. A começar pela Revolução Francesa, que muitos não sabem, foi feita com muito derramamento de sangue. Basta lembrar de que a escritora e jornalista Marie Gouze (pseudônimo Olympe de Gouges) acreditou na Liberdade, Igualdade e Fraternidade e foi defender os Direitos da Mulher e da Cidadã, uma vez que havia se instituído os Direitos do Homem e do Cidadão. Resultado: ela foi executada.
A nação da tal Liberdade, Igualdade e Fraternidade agora conta com a mobilizações de milhões numa conivência perigosa com os atos inconsequentes da revista Charlie Hebdo, que tem seu papel político importante, porém, em nome da liberdade de expressão, extrapolou, numa série de desrespeito hediondo e ultrajante, com charges como estas abaixo. Tirem suas próprias conclusões.
AGRESSÃO da revista, REAÇÃO de extremistas: não seriam duas faces diferentes da liberdade de expressão? Pessoas que não tinham nada a ver também foram mortas pelos radicais. Direcionar esse tipo de humor a extremistas não é muita irresponsabilidade? Por que o que acontece na Nigéria não mobiliza o mundo na mesma proporção? A vida é um direito sagrado e assim deveria ser também o respeito.
Sobre o tema, convido a escutarem a música “Engraçado pra quem?”, da banda baiana Simples Rap’ortagem, que pareceu profetizar tudo isso.
Acho que vale alguns comediantes brasileiros abrirem os olhos.
*Comunicação EPA