O projeto de acordo final para o combate às alterações climáticas, que deveria ser apresentado nesta sexta-feira, 11 de dezembro, na conferência mundial do clima em Paris, foi adiado para este sábado (12) de manhã, anunciou o governo francês. “Preferimos dar tempo para consultas às delegações ao longo de todo o dia de hoje”, antes de apresentar o texto final para ser aprovado em plenário, acrescentou a mesma fonte, citada pela agência France Presse.
A conferência mundial tem como objetivo alcançar um acordo para a redução de emissões de gases de efeito de estufa/Foto: Arnaud Bouissou – MEDDE/ SG COP21
O texto “vai ser apresentado logo cedo na manhã deste sábado para aprovação ao meio-dia”, depois de uma segunda noite em claro para os representantes de 195 países reunidos há duas semanas em Bourget, ao norte da capital francesa, no âmbito da conferência do clima, a COP21.
“As coisas estão na direção certa”, disse o presidente da COP21 e ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius. Ele acrescentou que espera ter condições de apresentar uma versão final do acordo no dia de hoje.
A conferência tem como objetivo alcançar um acordo global para a redução de emissões de gases de efeito de estufa, em substituição do Protocolo de Kyoto – tratado complementar à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, criado em 1997.
Elementos importantes
Em nota apresentada no final da noite de quinta-feira (10), o Observatório do Clima avaliou que o rascunho do acordo até então elaborado ainda pode nos levar a um regime climático global razoável, “mas o consenso começa a pôr em risco elementos importantes do pacote, cuja ausência poderá nos tirar do rumo da segurança climática”.
“Ainda estão sobre a mesa a menção a 1,5ºC como limite de temperatura global a ser perseguido; a proposta de ciclos de revisão de cinco anos para ajuste de ambição; e uma indicação mais clara do papel dos países desenvolvidos no financiamento. Mas a referência a um objetivo de longo prazo sólido foi perdida, e há incerteza sobre o impacto das revisões sobre as metas dos países para 2025 e 2030, algo criticamente importante. Esperemos que nas horas finais da decisão em Paris prevaleçam as melhores opções que ainda estão sobre a mesa”, projetou a organização, que é formada por entidades da sociedade civil brasileira.