O Secretário Municipal de Cultura, Pedro Tourinho, que está no cargo da Secult há cerca de um ano, já trabalhou no Grupo ABC, na TV Record e nas Organizações Globo, além de atuar na gestão de carreira, imagem e desenvolvimento de negócios de algumas de personalidades como Anitta, Regina Casé, Bruno Gagliasso. Confira a entrevista completa que o secretário concedeu ao Catado de Cultura:
1- Secretário, qual o principal motivo para Salvador comemorar os 475 anos da capital, do ponto de vista da cultura?
Pedro Tourinho: Acho que o principal motivo de comemoração é que Salvador está, finalmente, dando o destaque merecido a sua ancestralidade negra e, consequentemente, à cultura afrobaiana, que é a expressão máxima dessa herança.
2- Quais principais investimentos e ações a Secult preparou para este aniversário da cidade?
Pedro Tourinho: Nosso foco, esse ano, é nos polos Boca de Brasa que temos espalhados nas periferias de Salvador e no Centro, geridos pela Fundação Gregório de Mattos. A sétima edição do Movimento Boca de Brasa, que aconteceu no Espaço Cultural da Barroquinha nos dias 21 a 23, teve como destaque a potência da periferia.
A programação contou com shows de diversos artistas, como Vandal, Quabales e Àttooxxá, e os painéis e workshops voltados para temas como arte, cultura e empreendedorismo na periferia, com participação de nomes como MV Bill, Ivanna Souto e Márcio Lima (CUFA).
Além do show que vai acontecer na Praça Maria Felipa, no dia 6 de abril, encerrando a programação do aniversário da cidade com Larissa Luz, Banda Didá, Luedji Luna, Seu Jorge, Carlinhos Brown.
3- Na sua opinião, qual principal marca Salvador tem passado para o resto do país e para o mundo, tanto na cultura quanto no turismo?
Pedro Tourinho: Sempre falo que em Salvador, o turismo é a principal atividade econômica, e aqui, o que tem destaque no turismo é a cultura de Salvador, que é a cultura negra. Desde 2022, com o programa da Prefeitura, o Salvador Capital Afro, temos feito investimentos milionários em afroturismo e nos empenhado em colocar a cidade como um polo internacional de afrodiaspórica. Desde a capacitação de empreendedores negros, com o programa AfroEstima, a criação de um marketplace como o AfroBiz, até traçar pontos e rotas específicas de turismo afrocentrado que permitam aos turistas uma conexão única com a cidade, a partir de uma perspectiva decolonial, com o Rolê Afro que será lançado.
Salvador já está no mundo como uma cidade que emana sua ancestralidade negra. Já vamos a festivais internacionais de invocação, como o SXSW, para falar sobre nosso posicionamento enquanto cidade afrodiaspórica e o poder do afroturismo.
4- Se pudesse listar um Top 5 das principais ações que a Secult executou em Salvador nos últimos anos, qual seria?
Pedro Tourinho: O Novembro Salvador Capital Afro, que realizamos no ano passado criando uma segunda alta estação na cidade voltada para eventos de cultura, música, moda e empreendedorismo negro;
Abertura do Memorial Dois de Julho, da Casa das Histórias de Salvador e da Galeria Mercado;
O programa Salcine, para fomento do setor audiovisual da cidade;
O Pensar a Cidade, em parceria com a UNESCO;
Orkestra Rumpilezz a Gerônimo na Escadaria do Passo.