Série revivendo boas histórias da estrada! Nessas férias de janeiro, o Bahia na Lupa rememora reportagens antigas de alguns roteiros de viagem por nosso imenso território baiano. Gente, lugares, comidas, costumes…
“Quem viver, verá”! Exortava, com peculiar sotaque, o tiozinho cerimonialista do primeiro carnaval popular de Boipeba, Bahia. Pracinha da vila cheia, de turistas e de nativos daquele paraíso. Poeira, muita umbigada ao som de arrocha, luminosas e emperiquitadas barraquinhas de capeta figuravam na composição daquele pitoresco cenário. Protagonista mesmo era o Mirante do Divino. Imponente, com a igreja azul, de estilo colonial, tendo como vista a bela costa litorânea do baixo sul baiano. Coisa boa de se ver.
No terceiro capítulo da série especial ‘O paraíso Boipeba’, a o Pé na Estrada dá uma sentada na varanda, à sombra de amendoeiras, na quitanda de Dona Maria Pomponha, para falar da hospitalidade do povo de Boipeba.
Da Dona Maria, todos sabem. Tem as melhores hortaliças do lugar. Quer coentro fresquinho para a moqueca de caranguejo? Em Maria Pomponha você encontra. Tomates, cebolas e mais um punhado de simpatia e boas histórias.
Do povo local, não há o que reclamar. Pedir informações de locais turísticos, melhores rotas? Sem cerimônia. O povo ensina o caminha e ainda acompanha o visitante desinformado até os melhores pontos. Ainda mais se for moradores antigos. Esses sabem acolher. Como Dona Cristina, que do alto do Mirante, local onde mantém uma barraca que serve caldo de sururu e moelas ao molho, dá as melhores dicas de como chegar à Cueira, ou à Moreré.
Nos seus arruamentos de mais de três séculos, Boipeba exala simplicidade. Pousadas de estrangeiros, comércio local, policiamento e aquela dúvida pairando no ar: Estou em uma cidadela da zona rural ou numa vila de pescadores?
Seja na acolhedora Vila da Barra Boipeba, uma espécie de shopping a céu aberto, com praça de alimentação, área verde, agências turísticas e lojas de artesanatos e roupas…
…Ou na pitoresca lavagem do jegue, ao som do ‘Melô da Moriçoca’ – soca, soca, soca… -, com a rapazeada vestida de mulher à dançar sob elevadas doses etílicas. O vilarejo é um convite ao sossego.
Ah! E sobre o “quem viver, verá”, o locutor entusiasmava pelo anúncio da festa do Divino Espírito Santo, padroeiro da localidade, cuja igreja abençoa a impecável vista de seu Mirante. Sem dúvida, uma das riquezas do local.