Em um ano de economia quase estagnada, a previsão do CIEE de 100 mil vagas de estágio abertas de novembro a março para os estudantes do nível médio, técnico, tecnológico e superior demonstra o comprometimento de empresas, entidades de Terceiro Setor e órgãos públicos com a capacitação e formação profissional de jovens para o mercado de trabalho. Esse número se soma aos 15 milhões encaminhados a estágio e aos 220 mil aprendizes capacitados em cinco décadas.
Foi também um ano de muitas homenagens que marcaram meio século de história, todas destacando o caráter filantrópico das atividades do CIEE, num raro exemplo de permanente fidelidade aos ideais que levaram um grupo de empresários, educadores e estudantes a criar uma instituição dedicada à inclusão dos jovens no mundo do trabalho. Esse reconhecimento teve um duplo impacto no quadro de 2,7 mil profissionais que atuam na rede nacional de 350 pontos de atendimento. Primeiro, porque indica que a instituição está no caminho certo, quando privilegia a crescente qualidade nos serviços gratuitos que presta à comunidade estudantil e a diversos grupos de pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo, porque reforça o compromisso de colaborar para que cada vez mais brasileiros, em especial os menos favorecidos, avancem rumo a um futuro mais justo e promissor – sempre com a sólida base de maior escolaridade e qualificação para atender às exigências do mercado.
Neste ano, o CIEE ampliou seu raio de ação, incluindo no seu grupo de beneficiários as periferias das grandes cidades, os moradores de rua, os detentos em regime semiaberto, adolescentes com histórico de abusos na infância. A intenção sempre é dar-lhes condições gratuitas de acesso à cidadania, como já acontece com os 52 mil adultos matriculados em seus cursos de alfabetização e suplência, em 15 anos. O CIEE entrará em 2015, imbuído dos mesmos princípios e valores que elegeu para nortear sua atuação: ética, transparência e responsabilidade social. Esses conceitos balizarão os esforços da instituição, que direcionará as suas atividades para cumprir um dos mais relevantes objetivos de seus fundadores: contribuir para o desenvolvimento sustentável, com a consciência de que a educação e o trabalho são os mais sólidos pilares para a construção de um futuro melhor.
*Por Luiz Gonzaga Bertelli – Presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.