Inicio esse manifesto com esse esclarecimento. Em tempos de regressão da civilidade e capacidade de entendimento do que o outro diz, nunca é demais ser claro. E reforço: como Católico que sou, repudio todo comportamento hipócrita, preconceituoso, beócio e medieval de muitos daqueles que, dentro da igreja, ocupam espaços de tomadores de decisão…
E decidem, quase sempre, pelo erro. Pela exclusão. Como pseudo-cristãos, agem o avesso daquilo que o Cristo pregou: a inclusão.
É um cristianismo torto. Em nome de Cristo, cometem aquilo que Cristo jamais cometeu: a injustiça, a intolerância que fere o coração, que mata o corpo. São juízes pôdres. Um misto de ignorância com falta de caráter. Afinal, o que é o preconceito se não isto.
Um amigo precioso, Precioso amigo, foi a mais nova vítima dessa exclusão no seio da igreja. Simplesmente, por trazer luz àquilo que vive, acredita, testemunha e liberta.
Infelizmente, a estupidez desses tomadores de decisão os deixam cegos. Ele foi “tirado” de um dos grupos musicais que canta na igreja (não foi daquele que divido com ele, honrosamente, o microfone – se o fosse, não estaria escrevendo nota de repúdio, mas liderando piquete de protesto na porta do templo da minha paróquia).
Então questiono: não foi o próprio Cristo quem nos pediu para sair das trevas. Sermos luz no mundo? Viver na verdade?
A homossexualidade dele o libertou. E, pasmem os homofóbicos-cristãos, não perdeu uma gota de unção. P.S.: Alguém vai entender.
O precioso amigo é música. E dito isso, não cometi erro de grafia. Música e ele são um só. Ele não canta. Sua vida é a própria expressão do amor de Cristo nesta terra, em forma de canção. Quem ouve sua voz, encontra Deus.
Mas, em vez de reverberar essa graça, tais tomadores de decisão evocaram as trevas. Puniram com a expulsão quem decidiu da luz viver.
Tolos. Babacas eu diria, deixando de lado o formalismo. Nem imaginam o que lhes espera no juízo final. Perderam – ou nunca tiveram – a essência do ser cristão, do ser católico.
Enquanto nosso líder maior, aqui na terra, o papa Francisco, nos pede tolerância, perdão, inclusão – num movimento ainda pequeno, mas necessário neste tempo de regresso da igreja, da humanidade. Outros líderes menores, acham que ainda vivem nos tribunais da inquisição.
Precisamos ser humanos de verdade. Assim, entenderemos melhor o que é ser divino.
Precioso amigo, sua voz não será calada. É com amor, fé, mas também denúncia social, que venceremos tais opressores.
Sou hetero, não imagino metade da dor diária que esse amigo tem que suportar, por se afirmar. Mas, não tolero nenhum tipo de hipocrisia, seja ela vinda de dentro ou de fora da minha igreja.
Machistas, racistas, homofóbicos, não passarão. Ah! E pra não esquecer: Fora Temer!