A noite de Natal, celebrada na madrugada do dia 24 para o dia 25 de dezembro, é marcada pela reunião entre familiares e amigos, trocas de presentes e, claro, a tão aguardada ceia natalina. Os alimentos típicos da época têm origens diversas que se unem ao toque brasileiro dado às receitas. Ao mesmo tempo que em muitas mesas não falta o peru assado, herdado da América do Norte, em outras tantas a rabanada, copiada dos colonizadores portugueses, é a estrela da vez. Este ano, no entanto, o brasileiro terá de desembolsar, em média, 8,1% para ter os mesmos produtos da ceia em relação ao Natal de 2012. Segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), a alta de preços é superior aos 5,48% registrados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Como o ano não foi concluído ainda, a inflação foi calculada com base no Índice de Preços ao Consumidor – 10 (IPC-10). O IPC-10 de 2013 foi medido com base em preços coletados entre os dias 11 de dezembro de 2012 a 10 de dezembro de 2013.
Entre os itens que tiveram maior aumento de preços no período estão farinha de trigo (30,56%), batata-inglesa (21,07%), frutas (15,41%), panetone (15,31%), azeite (13,67%), frango (10,28%), lombo suíno (10,07%) e azeitona em conserva (9,5%). Também tiveram alta de preços o pernil suíno (3,44%) e o vinho (3,87%).
Alguns produtos da ceia tiveram queda de preços, o que evitou uma inflação ainda maior, como a cebola (-29,42%), o óleo de soja (-19,39%), o bacalhau (-9,69%) e o arroz (-5,13%).
A FGV também divulgou lista de 22 produtos que costumam ser dados como presentes de Natal. Nesse caso, a inflação ficou abaixo da média registrada pelo IPC: 3,78%. Entre os produtos com maior alta de preços estão bijuterias (14,25%), bicicletas (9,44%), cintos e bolsas (7,14%) e computadores (5,41%).
História das comidas tradicionais
Apesar da alta, a população não abre mão de ter mesa farta para celebrar o Natal. E como conhecimento e paladar são coisas que andam juntas, aqui vai a história de alguns dos alimentos considerados tradicionais para o fim de ano. Caso você queira incluir mais algum, é só colocar a sua opinião nos nossos comentários.
Peru de Natal: Importada dos norte-americanos, a tradição de comer peru no Natal é baseada na cultura do Dia de Ação de Graças nos EUA, quando é o prato principal do cardápio. Mas essa não é a única opção de carne natalina na mesa dos brasileiros. Uma das alternativas é ochester, um frango com o peito mais desenvolvido e, portanto, maior que os demais. Também há o tender, uma peça de presunto defumado de forma arredondada, que costuma ser decorada com cravos da índia, característica do período natalino .
Panetone: Entre as diversas explicações para a origem do Panetone está a de que o pão, com frutas cristalizadas e que demandava mais tempo para ser produzido, teria surgido em Milão, quando era servido apenas em eventos especiais. Aos poucos, o produto teria sido popularizado após a comercialização por uma empresa de produtos alimentícios. A receita teria chegado ao Brasil no século XIX, trazida por imigrantes europeus.
Uvas passas: Estão presentes em diversos dos pratos natalinos. O uso mais comum é no arroz, conhecido como arroz à grega, que acompanha as carnes. Também são usadas na receita da farofa natalina.
Rabanada: De origem portuguesa, a rabanada é tradicional no dia da Consoada, que acontece em 24 de dezembro. Feita com “sobras” de pão povilhadas com açúcar, a sobremesa se tornou prato típico natalino. Também há relatos de que seria uma tradição europeia servir rabanada para mulheres que davam à luz, com o intuito de que produzissem mais leite.
Nozes, castanhas e avelãs: Frutos secos, típicos dos países nórdicos, podem ser consumidos sozinhos ou em sobremesas. A associação com o Natal está relacionada à época típica de produção das plantas nativas da Europa e da Ásia, que costumavam dar frutos no fim de outono e começo do inverno. Histórias natalinas como a do quebra-nozes, lançada em 1881, ajudaram a popularizar a tradição.
Salpicão: O nome do prato seria oriundo da palavra salpicón, comum na culinária mexicana e francesa, e que faz referência ao preparo que leva ingredientes crus e molho. Trata-se de um prato servido em forma de salada, frio. No Natal, a receita que leva batatas, cenoura, frango e outras tantas opções de ingredientes costuma ser incrementada com adicionais como nozes picadas e uvas passas.
*Com EBC