A publicação marca a estreia editorial da jornalista e traz abordagem sobre práticas fotográficas e a condição social de cinco fotógrafas negras baianas e de dois fotógrafos negros baianos. O lançamento será no dia 23 de abril pela TV Correio Nagô.

Quando o filósofo Confúcio criou a expressão “Uma imagem vale mais que mil palavras”, ele não tinha ideia da força dessa máxima na trajetória da fotografia negra baiana. A narrativa
imagética em torno da existência e resistência de pessoas negras é o enredo que a jornalista e fotógrafa Vilma Neres traz no livro “A escrita com a luz das Fotoescrevivências”, que será lançado no próximo dia 23 de abril, às 17h, pelo canal TV Correio Nagô no Youtube.

O lançamento vai ocorrer durante bate-papo em que a autora contará com a presença do fotógrafo, ativista e pesquisador Januário Garcia; do fotógrafo e criador do “Zumvi Arquivo
Fotográfico”, Lázaro Roberto; e da fotógrafa e pesquisadora Irene Santos. Na ocasião, eles vão debater sobre diversidade, afirmação identitária e a preservação da memória individual,
coletiva e social através da fotografia. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

A estreia editorial de Vilma Neres, que também é mestra em Relações Étnico-Raciais pelo CEFET/RJ, chega apoiada no conceito de “escrevivência” da escritora, ensaísta e ficcionista, Conceição Evaristo, e tem como horizonte refletir sobre práticas fotográficas na condição social
de fotógrafas negras e de fotógrafos negros no Brasil. Para isso, ela traz um novo conceito – fruto de sua dissertação, “fotoescrevivência”, na qual pessoas negras utilizam a fotografia como
objeto imagético-narrativo das experiências individuais e coletivas da própria existência.

No livro, lançado em formato digital e com distribuição gratuita, a autora se debruça sobre a trajetória de cinco fotógrafas e dois fotógrafos negros que iniciaram suas carreiras a partir da década de 1970, na Bahia: Lita Cerqueira, Sônia Chaves, Áurea Santana, Dora
Sousa, Rita Conceição, Lázaro Roberto e Alberto Lima. Durante os meses de janeiro e fevereiro, Vilma Neres realizou uma série de entrevistas com cada personagem, que resultou em uma obra com sete capítulos, nos quais ela apresenta fragmentos da vida profissional e imagens representativas do trabalho de cada uma dessas pessoas.
“As conexões estabelecidas entre essas trajetórias é que tanto elas quanto eles
compartilham da condição de pessoas negras, do interesse por documentar a experiência social de seus pares, em diferentes espaços e momentos históricos que ocorreram na Bahia, e
da experiência de terem outras profissões para conseguirem investir em suas práticas fotográficas”, explica Vilma Neres. Ainda de acordo com a autora, esse protagonismo negro imagético contribuiu e contribui para “nos salvaguardar do esquecimento, porque essas trajetórias se manifestam enquanto fotoescrevivências ao revelarem em suas narrativas visuais o cotidiano com sensibilidade e diversidade da condição humana”, resume Neres.

Após o lançamento no dia 23, o livro “A escrita com a luz das Fotoescrevivências” vai estar disponível para acesso através das plataformas Kindle Direct Publishing e ISSUU. A publicação tem o prefácio assinado pela fotógrafa, jornalista, professora e doutora em História
da América, Márcia Guena, e revisão de Elisângela Santos. O projeto gráfico e diagramação do livro está a cargo de Welon Santos e a identidade visual é assinada por Arthur Azevedo.

A autora do livro, jornalista e fotógrafa Vilma Neres. | Foto: Divulgação

Sobre a autora Vilma Neres

Fotógrafa com formação técnica pelo Liceu de Artes e Ofícios da Bahia (2004), jornalista com bacharelado em Comunicação Social (UniJorge/BA, 2009) e mestra em Relações Étnico-Raciais, concentrada na linha de pesquisa “Campo Artístico e Construção de Etnicidades” (CEFET/RJ, 2016). É autora da dissertação de mestrado “Trajetórias e olhares não convexos das (foto)escre(vivências): condições de atuação e de (auto)representação de fotógrafas negras e de fotógrafos negros contemporâneo”. Tem experiência em docência, gestão cultural, pesquisa acadêmica, assessoria de comunicação e produtora audiovisual. No campo da
produção cultural e artística, em 2011, concebeu a primeira mostra fotográfica a céu a aberto do bairro do Beirú, intitulada de “Atravessando Fronteiras: o cotidiano do Beirú com identidades,
saberes e olhares”, com apoio do artista visual francês JR, entre outros projeto envolvendo arte, fotografia e negritude.

SERVIÇO
O que: Lançamento do livro “A escrita com a luz das Fotoescrevivências” de Vilma Neres
Quando: 23 de abril (sexta-feira), às 17h
Onde: Canal do Youtube da TV Correio Nagô
Participações: Januário Garcia, Lázaro Roberto e Irene Santos