Tudo começou quando ele estava no ginásio, um dia a professora de canto orfeônico solicitou que os alunos fizessem uma pesquisa sobre música, e ao entrar na biblioteca o primeiro livro pego era um exemplar sobre fotografia, a paixão foi imediata! Naquele momento, um futuro profissional começava a se revelar, mais tarde esse menino ficaria conhecido nacionalmente pelos clicks carregado de poesia, cores, luz e sombras. Assim começa os primeiros passos de Walter Firmo no universo da imagem.

Walter Firmo é considerado umas das referência na área do fotojornalismo brasileiro. Foto: Divulgação

Walter Firmo é considerado umas das referência na área do fotojornalismo brasileiro. Foto: Divulgação

Com o intuito de se aperfeiçoar no campo da escrita com a luz,  Firmo faz um curso na Associação Brasileira de Arte Fotográfica (Abaf), conquista a oportunidade de trabalhar como aprendiz na redação do Jornal Última Hora, de 1955 a 1957. Posteriormente, é efetivado e torna-se repórter fotográfico do periódico.

Daí em diante o caminho percorrido pelo fotojornalista é intenso, passando pelo “Jornal do Brasil”, por revistas “Realidade”, “Manchete”, “Veja” e “Istoé”, em 1986 funda e dirigi o Instituto Nacional de Fotografia, da Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) e desde 1992 ministra cursos compartilhando seus conhecimentos dentro e fora do Brasil.

Ao ser indagado sobre qual pauta foi inesquecível durante os anos vividos na redações,o fotógrafo carioca diz que houve várias e destaca uma delas. “Teve uma ocasião em que eu precisava fazer uma foto do Governador Carlos Lacerda para o Jornal do Brasil,  ele estava em sua casa na Ilha de Paquetá, mas não queria ser fotografado, tive que agir como um paparazzo, cheguei bem cedo ao local, me escondi dentro de um arbusto, com uma teleobjeteviva de 500mm (lente zoom) para registrá-lo quando saísse para trabalhar e a imagem foi capa do veículo no dia seguinte”, recorda.

Walter conta que há um exemplar pronto pra ser lançado, que mostra suas andanças pelo preto e branco. Foto: Walter Firmo

Walter conta que há um livro pronto para ser lançado, que mostrará suas andanças pelo preto e branco. Só precisa de verba para colocar a publicação na rua. Foto: Walter Firmo

Salvador

A capital baiana já virou roteiro tradicional de Walter Firmo no período do verão, nestas idas e vindas, mais de 20 visitas já foram feitas e sempre no mês de fevereiro, ele ministra o Curso – Universo da Cor, em que utiliza a festa de Yemanjá como  pauta para que os alunos desenvolvam as técnicas aprendidas em sala. Neste ano não foi diferente.

A pedido de muitos fotógrafos baianos o mestre da fotografia colorida de 05 a 09 de fevereiro de 2014, ministrará outro curso “Walter Firmo Sem Cor Híbrido do Preto” que será realizado no Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americano (Cepaia). O curso será focado na mística do estilo preto e branco, que é conhecido carinhosamente pelas siglas (P&B). “As pessoas me descobriram como colorista, mas na verdade eu sempre fui um preto e branco” ressalta.

Para os interessados em entender um pouco mais sobre a elegância e o mistério do P&B, com as dicas e experiências do fotógrafo que já ganhou o prêmio Esso de Jornalismo, é só entrar em contato no seguinte email: Oducomunic@gmail.com.

Segundo Walter o enquandramento, ângulo e a luz é captada de acordo a sensibilidade do fotógrafo: Foto: Walter Firmo

Segundo Walter o enquandramento, ângulo e a luz é captada de acordo a sensibilidade do fotógrafo: Foto: Walter Firmo

Negritude

Ao longo de sua carreira, Firmo já publicou os seguintes livros: Walter Firmo: Antologia  Fotográfica (1989); e Nas Trilhas do Rosa (1996); Paris: Paradas Sobre Imagens (2005); Brasil: Imagens da Terra e do Povo (2009), além de ser premiado sete vezes no Concurso Internacional de Fotografia Nikon, conquistando ainda o Prêmio Golfinho de Ouro concedido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro em 1985.

Em seu banco de imagens, Walter lembra que mais de 90% dos seus registros tem por protagonista, o negro. “Primeiro, eu sou um fotógrafo negro, tenho que fotografar o meu povo, a minha aldeia e ao olhar os meus livros você vai ver negros bonitos, fortes, trabalhadores, poetas, grupos folclóricos, religiosos; essa é a minha cultura. Até porque, esse país foi forjado por eles e sem nós negros o Brasil não teria essa alegria”, afirma.