Considero que sempre fui um bom leitor. Estou sempre acompanhado por algum livro ou texto onde quer que eu vá. Gosto de ler os mais variados temas, apesar de ultimamente ter maior contato com as produções acadêmicas das ciências humanas, em especial as ditas sociologias, psicologias, antropologias e psicanálises. Deixo no plural propositadamente, pois esses saberes são tão complexos e, por vezes, divergentes entre si, que sua marca é a pluralidade. Enfim, o que hoje percebo mais claramente é que sempre gostei de ler… Minha vida é marcada pela leitura e ler não é apenas ler a letra, a palavra. Parafraseando nosso estimado Paulo Freire, ler é ser capaz de analisar a vida com outros olhares para além do trivial. Dito de outra forma, ler é ler a si mesmo e a outrem de uma forma nova. Ler é se questionar refletir, pensar, problematizar (divã)near… Sem leitura não há salvação!
Ao ser convidado para escrever neste site, confesso que pestanejei. Não me considero um escritor, mas resolvi aceitar o convite e colocar lupas novas sobre mim mesmo, melhor dizendo, sobre o entendimento que tenho sobre mim. Ao escrever esse primeiro, de outros textos, aceito colocar uma nova lupa, pois também sou Bahia. Santo Amarense de nascimento, trago as marcas de múltiplos lugares por onde passei.
Ampliar as imagens, encontrar vestígios, redefinir e redefinir-se são questões centrais em minha vida nos últimos anos. Foi preciso, não sem muita dor, ajustar o olhar, ver a vida por outros ângulos: (DIVÃ)near…
Considero que sou produto de uma formação interdisciplinar, visto que fiz o curso de ciências sociais e psicologia, além de uma especialização em psicologia clínica e agora findando o mestrado em estudos interdisciplinares. Apesar dessas formações, considero que as dores e alegrias da vida me fizeram ver sempre além. Ir além das ditas normalidades, bem como do que se tem por aí de ideal de mundo. Talvez, se fossem as minhas cicatrizes, poderia eu ser mais um na cena do mundo.
Nesta coluna, pretendo compartilhar um pouco alguns pensamentos que são atravessados por tantos outros, realizando, assim, um exercício de mais liberdade na escrita. Que tal empreitada se realize. Por hoje, dou o meu sim a esta nova forma de expressão!