Sentir-se fora do próprio corpo ainda é, dentro do senso comum, fruto da imaginação, sonho ou até mesmo derivado de uma alucinação. O fato é que, analisando com mais cientificidade tal percepção, conclui-se que se trata de um fenômeno plausível, real e objetivo que pode ser  aprendido e desenvolvido por qualquer interessado.

Bilocação. | Imagem: Divulgação

Bilocação. | Imagem: Divulgação

A experiência fora do corpo, também conhecida como desdobramento, out-of-body experience (OBE), projeção consciente ou viagem astral, é um fenômeno de caráter fisiológico relatado nas mais diferentes épocas por diversas etnias. No período antigo, os egípcios praticavam a saída do corpo e nomearam como kha o veículo que utilizavam para se manifestar durante a projeção consciente. Platão relata em seus livros sobre o caso do soldado Er, o Armênio, em que o mesmo rememorava com lucidez acontecimentos enquanto seu corpo físico permanecia imóvel em meio ao campo de batalha. O historiador grego Plutarco (50-120) descreve também o relato de Arisdeu de Soles, que mudara radicalmente seu estilo de vida, tornando-se um homem de princípios virtuosos, após passar por uma experiência fora do corpo.

Do séc. XV a XIX, a projeção consciente passou por um período chamado de esotérico, repleto de iniciações e ritualismo de seitas fechadas, devido às perseguições da Inquisição, conhecidas como a caça às bruxas durante a Idade Média. Após esta fase, destaca-se a obra de Emanuel Swedenborg (1688-1772), Diarii Spiritualis, composta por 5 volumes contendo inúmeros relatos projetivos do autor. Já no início do séc. XIX, o escritor Honoré de Balzac (1799-1850) publica o romance autobiográfico Louis Lambert, referindo-se ao termo Homo Duplex como denominação para aquele que pratica a experiência fora do corpo.

Já na segunda metade do séc. XIX, inicia-se um período de divulgação deste conhecimento. Os fenômenos parapsíquicos começam a chamar atenção de renomados pesquisadores, resultando na criação por Charles Richet (1850-1935) da ciência Metapsíquica, precursora da Parapsicologia. Começam a surgir relatos até mesmo em jornais, sendo uma obra importante desta fase o livro do pesquisador Sylvan Muldoon (1903-1969): A projeção do corpo astral.

Holossoma. | Imagem: Divulgação

Holossoma. | Imagem: Divulgação

O período laboratorial inicia-se na segunda metade do séc. XX, objetivando o estudo do fenômeno da experiência fora do corpo através de experimentos rigorosos de laboratório. Destaca-se o pesquisador Charles Tart (1937) e seu experimento com a jovem apelidada de Miss Z, na qual  a mesma obteve sucesso ao sair do corpo e observar um conjunto aleatório de números presentes em outra sala próxima ao laboratório, com sua atividade cerebral monitorada.

Em 1986, o pesquisador Waldo Vieira (1932) lança o tratado Projeciologia, volume com 1.907 referências bibliográficas sobre o assunto, sistematizando o conhecimento acerca do tema e lançando a proposta de uma neociência para estudo das projeções da consciência. Pela Projeciologia, o objetivo já não é mais provar a existência da projeção astral, mas fornecer informações desmistificadas para que cada um possa vivenciar o fenômeno de maneira lúcida, através de técnicas, com foco em assistência e autoconhecimento.

Os benefícios de tal fenômeno residem no entendimento do processo de evolução pessoal. Ao perceber-se como uma consciência multidimensional, ocorre melhor aproveitamento do tempo e maior autodomínio emocional, através da perda do medo da morte, mãe e pai de todos os medos.

E você, considera ao menos a hipótese do fenômeno da projeção consciente? Procura vivenciá-lo com determinação, ou prefere manter-se como cético teórico diante de tal possibilidade?

 

*Por Pedro Borges é representante comercial e estudante de Psicologia, graduado em Música com habilitação em violão, pesquisador, docente e voluntário do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC) em Curitiba. 

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