Números e especialistas revelam o poder crescente das cafeterias enquanto modelo de negócio no Brasil

 

Familiar para o paladar de muitos, possui um sabor considerado viciante e que não enjoa, mesmo se tomado todos os dias sem falta. Um aroma quente que invade a casa e os sentidos desde a manhã até o fim do dia. Estamos falando dele: O café, celebrado mundialmente neste domingo, 14 de abril. Em homenagem à bebida mais consumida no planeta, depois da água, o Catado de Cultura preparou esta reportagem especial com curiosidades sobre o mercado de café no Brasil, com destaque para a Bahia.

Nos últimos anos, tornou-se muito comum o hábito de marcar encontros em cafeterias, bares e restaurantes para “tomar um cafézinho”. A ambientação passou a ser um critério fundamental na hora do cliente escolher onde ir e, cada vez mais, surgem cafeterias com conceitos inovadores, que incluem desde estéticas acolhedoras e instagramáveis até propostas pet friendly.

 

O que são Cat Cafés ?

Os chamados Cat Cafés viraram uma tendência fora do país e já chegaram em solo nacional, trazendo para cá sua ideia de criar um ambiente aconchegante onde o cliente possa não só degustar alimentos, mas também ter uma experiência terapêutica de acariciar os gatos presentes no local, onde geralmente funciona como uma ponte para a adoção desses animais. Ou seja, você entra para tomar um café e, quem sabe, pode até acabar saindo com um gatinho para levar para casa.

O Japão é popular por ter dos mais únicos e exóticos tipos de cafeterias com animais como mini pigs, capivaras, lontras, ouriços, furões e até corujas, cobras e pinguins. Em Salvador, já é possível encontrar alguns lugares temáticos, mas por enquanto só de gatos. São eles o Café Gateiro, na Barra, e o Preta Cat Café, no Rio Vermelho.

Aberto por uma mulher apaixonada por felinos, o Gato Café, localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro, faturou R$ 2,5 milhões em 2023 e a meta é abrir quatro novas unidades franqueadas no Rio e dobrar o faturamento para R$ 5 milhões em 2024. Além disso, mais de 500 gatinhos já ganharam um lar. Sendo assim, mostrou-se como uma opção de negócio lucrativa, bem recebida pelo público e que só tende a crescer.

No topo da lista de maiores produtores de café do mundo, o Brasil é também um dos que mais consomem a bebida, que faz parte da cultura do brasileiro há séculos e que continua movimentando uma parte significativa da economia. Após a pandemia, o café voltou a ser uma oportunidade de interação social, indicando uma retomada para que os estabelecimentos voltem ou até mesmo comecem a explorar novas possibilidades com o grão.

“Como negócio, as cafeterias que se propõem a fazer um trabalho de excelência têm um desafio de formar o paladar dos seus clientes. Isso torna o negócio desafiador. Menos de 30% da nossa população hoje toma café especial ou pelo menos bom. Com isso, as cafeterias precisam fazer um trabalho hercúleo e muitas vezes deixar o cardápio cheio de coisas que dispersam os consumidores dos cafés de alto padrão para conseguir um bom ticket médio. Mas considero um bom negócio, se administrado com competência e inteligência”, comenta Lucas Castro Campos, mestre de torra, degustador e consultor de cafés especiais na Blenditta Torra de Bons Cafés, na Chapada Diamantina.

 

Cafeterias são um bom negócio?

O aumento da adesão ao hábito de tomar café e frequentar locais especializados, consequentemente alavancou o segmento de cafés especiais, muito procurados por aqueles com o paladar mais exigente, dispostos a pagar mais caro por um café melhor. Hoje em dia, é muito mais fácil e acessível achar cafés especiais em cafeterias, restaurantes, hotéis, na internet e em diversos supermercados.

Todo esse crescimento não iria passar despercebido pelos olhos dos cafeicultores, que viram nele um leque de novas oportunidades para o ramo, com novas formas de aumentar os lucros e obter bons resultados com cafés de qualidade cada vez mais apreciados pelo consumidor. E para alcançar tal objetivo, manejos específicos conferem a diferenciação desses cafés. Tanto os manejos quanto o processamento dos cafés especiais são feitos de maneira que, em cada etapa, preserve-se ao máximo a qualidade potencial dos grãos.

“Cafeteria é um negócio que envolve muitas variáveis. Eu tenho formação em gestão de cafeterias, acidez de cafés, cinética da extração de cafés, frescor e armazenamento através da CoffeeLab, The Little Coffee Shop e Verônica Belchior e, pela minha experiência, acredito que um dos maiores erros que você pode cometer é abrir uma cafeteria porque ‘ama café’. Mas considero as cafeterias um ótimo negocio e, aqui em Salvador, desde o fim da pandemia, podemos observar um cenário crescente e super aquecido tanto em relação ao público consumidor que está cada dia mais exigente com a qualidade do que consome quanto para os empresários desse ramo”, avalia Brenda Matos, especialista em Cafés Especiais e Fotógrafa de Gastronomia e Produtos.

A expansão do mercado de cafés especiais tem contribuído para o surgimento de novos postos de trabalho. É crescente o número de pessoas que buscam qualificação para conquistar uma vaga no setor, enquanto baristas e torradores de café, por exemplo. Outra vertente que não passa despercebida é o crescimento das lojas virtuais e clubes de assinaturas, dada a conveniência que oferecem ao cliente, como a praticidade de comprar produtos diretamente do conforto de casa.

Afinal, como distinguir um café de boa qualidade de um de menor qualidade? O especialista Lucas Castro afirma que existem escalas para essa aferição técnica, e que depende de quão puro é este café e todo seu manejo até chegar à xícara.

“Qualquer pessoa é capaz de diferenciar a qualidade, mas nem todas são treinadas a para identificar e vocalizar o que percebem na língua e no olfato para compor o sabor do café. Isso requer treino e atenção. Um café especial não tem amargor e nem adstringência como nos extra-fortes, por exemplo, e com isso não há interferência na percepção destes sabores. Logo, um café especial é uma bebida “limpa” com grãos catados maduros, grandes e que, além do sabor do café, nos lembram outros sabores. São as misteriosas notas sensoriais que os apaixonados por café tentam desvendar. É uma brincadeira muito legal”, completa.

 

Dicas para vocês, Coffee Lovers 

Há quem prefira tomar a bebida de aroma refinado, cor preta, de forma quente, gelada, misturada com outros ingredientes como o chocolate, acompanhada por outros produtos que complementam o sabor do café. 

No entanto, o Catado de Cultura fez um compilado de algumas cafeterias espalhadas por Salvador, atraídas pelos soteropolitanos e turistas que aqui passam. O público amante de café pode aproveitar que este domingo (14) é o dia que se comemora o Dia Mundial do Café, para dar uma passadinha pelos estabelecimentos tão diversos apresentados e listados abaixo.

 

Talvez a mais conhecida cafeteria de Salvador, a Latitude 13 possui três lojas em Salvador, uma no endereço Rua Doutor João Pondé, 378 – Barra; Shopping Barra | Terceiro Piso, e outra no Av. Juracy Magalhães Júnior, 1624 – Rio Vermelho e também no Shopping da Bahia | Av. Tancredo Neves, 148 – Caminho das Árvores, 3º piso, loja Z5

Os cafés são cuidadosamente cultivados, colhidos, selecionados e torrados pelos próprios produtores nas nossas fazendas Progresso e Aranquan, o que permite controle absoluto e a garantia de um produto de alta qualidade da lavoura à xícara.

Funcionamento: Seg a sex das 08h30 às 17h30  Sábado das 08h às 12h

 

Essa tem uma proposta ainda mais especial, unir o amor pelos felinos e por cafés especiais. A Preta Cat Café, cafeteria situada na Rua da Paciência – Rio Vermelho| Térreo 239 passa uma ideia de aconchego ao experienciar bons cafés. 

Funcionamento:  Terça a sábado, das 9h às 21h; Domingo, das 9h às 13h

 

A proposta dessa cafeteira localizada na Rua das Margaridas, 104, Pituba, é afetiva. A decoração do Lar Café Bistrô é um convite a relaxar, sentar e aproveitar o momento ao lado de quem se gosta e tomar um café .

Funcionamento: Terça a sexta, das 12h às 23h; Sábado e domingo, das 8h às 23h

 

Essa cafeteria com localização na Rua das Hortênsias, 478 – Casa 478 – Pituba

reúne um pouco de tudo, principalmente, plantas como o próprio nome diz, mas também consta: programação musical de jazz, vinis, livros e um menu essencialmente orgânico, cafés da manhã, cafés botânicos, brunch, almoço, sobremesas e drinks. Também outro forte são os pães e focaccias de fermentação natural, cafés especiais orgânicos e botânicos.

Funcionamento: Todos os dias, das 8h às 22h

 

A  Coffeetown tem a proposta de transportar o público soteropolitano, para cafeterias espalhadas pelo mundo,o local que fica no  Corredor da Vitória: Av. Sete de Setembro, 1755 funciona como um ponto de encontro entre adolescentes, crianças e adultos de todas as idades, coworkers, famílias e turistas que circulam pela região.

O cardápio é diverso, há cafés especiais, bolos e sobremesas de fabricação própria, além de pães de fermentação natural e produtos gourmet exclusivos. Pra completar, internet de alta velocidade e muito jazz e blues na música ambiente.

Funcionamento: Todos os dias, das 8h30 às 21h30

 

Localizada na Rua Direita de Santo Antônio, 314 Santo Antônio Além do Carmo, sendo eleita a melhor do local, a cafeteria trabalha com cafés especiais de diversas regiões do Brasil, entretanto, com foco nos cafés da Chapada Diamantina, sendo a maioria proveniente de agricultura  familiar, além disso, são fornecidos Workshops, degustações, e também são vendidos pães de fermentação natural, queijos e produtos baianos.

Funcionamento: Qui a Sáb: 16h às 22h e aos Domingos 14h às 20h