CAPÍTULO XI | Por vezes acontecem situações ‘adoloradas’, tumultuosas em nosso viver, que nos impulsionam à negatividade. Porém, mesmo não sendo fácil, é importante mantermos uma atitude positiva, escolher, em consciência, estratégias que nos capacitem a encontrar uma maneira assertiva de resistir e prosseguir.

Como Albert Eistein disse: “No meio de toda dificuldade, existe a oportunidade”. Compreendo que essa oportunidade é a espera numa atitude confiante em Deus.

Encontrei na palavra “Temporal” o desenho do meu novo caminhar com o câncer, que insiste em progressão.

Desde o ano de 2013, vivencio incomensuráveis obstáculos. O câncer quis a todo custo me vencer pelo cansaço. Não permiti, o cansaço não me dominou.

Início de 2016, na medida do possível, tudo tranquilo. Sei lidar com minhas limitações, me permito um “sofrer bem”, acalentada por Deus.

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Fortalecida, confortável, acariciada horas por gostosos pingos de chuva, horas envolta suavemente por nuvens brancas e macias. Aquietei-me.

Inesperadamente as nuvens escureceram, os pingos de chuva perderam a leveza, ficaram pesados, caindo muito rápido, em dois tempos formou-se um temporal, com uma assombrosa força destrutiva, quase submergindo o meu abrigo de fé e coragem. O câncer despertou!

Fiquei bamba, bradei a todo pulmão, pedindo socorro à minha fé. O socorro veio, minha fé é verdadeira, está me ajudando a aplacar a fúria do temporal.

Mais uma vez o câncer apresenta trilhas estreitas e ‘curvosas’. E sua ação me trouxe uma “ascite”, meu abdome estufou, parece até que estou no nono mês de uma gestação. Estou magra, fraca e bastante limitada.

Saio de casa somente para ir ao hospital, e como sempre, acompanhada por meus filhos ou por minhas noras.

A médica oncologista, responsável pelo meu tratamento, decidiu mudar minha quimioterapia por uma outra, na esperança de que minha situação mude para melhor. O cirurgião oncologista que me opera e acompanha todas as mudanças positivas ou negativas da minha saúde, ficou preocupado ao observar minha fraqueza e abatimento. Ele disse firmemente que devo manter minha fé e bravura. Também receitou um excelente suplemento alimentar para meu organismo receber energias nutritivas e meu corpo se fortalecer. Reforçou que devo manter uma boa rotina alimentar. Ele é um cirurgião gentil e atencioso. Gosto bastante dele.

Tenho inúmeras vantagens para não deixar o temporal me afundar: Minha amada família sempre comigo, em ação, amor e oração.

Amigos maravilhosos oram a Deus pela minha cura.

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Minha faculdade: Professores e colegas vibram de orgulho ao notarem minha bravura. Recentemente, vieram me visitar. Pense na surpresa maravilhosa! Foi uma visita ouro puro! Conversa boa, risos espontâneos, uma verdadeira brisa para o meu sofrer.

Tenho uma amiga espírita, uma amiga evangélica, testemunha de Jeová… cada uma  em seu credo oram e suplicam a Deus pela minha restauração. Sou católica, acredito, sem jamais duvidar, que a paz e a união é o que prevalece. É o amor unânime a Deus.

Sou vitoriosa nas amizades que conquistei. Não há em mim motivos para lamúrias, “coitadice”… Sou fortalecida no amor.

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Sou terra sofrida e milagrosamente adubada. Há em mim uma força superior, que me estimula a prosseguir.

No meio do temporal, Deus estendeu a Sua mão, então levantei.

Torci a roupa molhada no corpo e prossegui. Estou caminhando! Este é o lucro da fé.

Continua…

*EM MEMÓRIA: Este foi o último capítulo escrito por nossa guerreira, a Pró Zu, que descansou em paz no último dia 05 de janeiro, após longos 3 anos de luta contra o câncer! O capítulo final, contudo, será escrito de forma especial e em momento oportuno pelo filho dela, nosso diretor de Conteúdo, Cadu Freitas. Nossos sentimentos a todos os familiares e amigos de Josefa Zuleide Reis de Freitas, nossa eterna Pró Zu!

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